Exposição Permanente
· O percurso é pouco evidente; é fácil
desviarmo-nos do suposto caminho e deixar algumas obras por ver.
· A brochura da exposição está bem realizada,
pois tem bastante informação sobre artistas e movimentos artísticos presentes
na exposição, assim como uma lista de artistas cujas obras já foram expostas no
museu, como parte da colecção permanente.
· Legendas bem realizadas e situadas.
No Fly Zone
· As legendas estão em sítios “previsíveis”, ou
seja, o observador sabe para onde deve olhar para encontrar informação
sobre a obra.
· É fácil ver a exposição, não temos que andar
“às voltas” para ver todas as peças; está bem organizada.
· Na última sala da exposição está um ecrã onde
se projecta continuamente um filme de cerca de 8 minutos. Esta sala não tem
nada para além do ecrã, e torna-se desconfortável estar em pé , principalmente
depois de se ter visitado outras exposições do museu.
Amplitude – Angela Detanico e Rafael Lain
· As obras não tem legendas no espaço físico da
exposição; é através de um panfleto que nos é entregue à entrada que seguimos a
exposição e conhecemos as obras.
Por um lado, é uma ideia interessante, pois permite uma explicação
mais aprofundada de cada obra, e o observador pode andar pela exposição ao seu
ritmo, sem ter que andar à procura de legendas.
Por outro lado, se não estiver um colaborador do museu à entrada a
entregar os panfletos, é fácil o visitante passar por lá sem trazer um, fazendo
com que não perceba a exposição.
· O panfleto da exposição está bem conseguido em
termos de informação: contém uma pequena biografia dos artistas, e explicações
detalhadas de cada uma das obras. Porém, consiste numa folha A3 dobrada em
quatro, pelo que quando está totalmente aberta (necessário para se ler a
explicação das obras), não é muito prático.
· O percurso está bem marcado e não permite
“divagações”: a exposição está montada ao longo de um corredor de salas e tem
dois pontos de entrada, sendo que um deles é o principal. No entanto, é
possível acompanhar a exposição partindo do fim, devido ao facto de termos o
panfleto.
Rita Prates
Da solidão do lugar a um horizonte de fuga
· Legenda:
Tradução do Português para o Inglês pouco coerente, pois a versão Portuguesa
fala de uma cadeira, enquanto a Inglesa fala de uma mesa. Deduz-se
que esta legenda compreenda duas “salas” (visto que a segunda não apresenta
qualquer tipo de legenda), sendo que nela são mencionados “toros de Umbila” que
se pode supor serem os troncos na “sala” seguinte. A mesa mencionada na legenda
Inglesa pode também ser a mesa que se encontra na junto aos troncos.
· Vídeos bem
apresentados nas salas, com o ambiente adequado para cativar o observador,
apesar de apenas a última apresentação em vídeo dispor de lugares sentados para
uma observação mais cuidada e demorada.
Amplitude
· Desdobrável
com as legendas é interessante pois acaba por tornar o observador mais um elemento
mais activo na exposição. As pequenas explicações acerca das peças que seguem a
identificação das mesmas contribui também para este maior envolvimento – leva o
observador a procurar “resolver” algumas das peças expostas que codificam
mensagens/letras.
No fly Zone – Unlimited mileage
· Legenda
distante da peça o que dificulta a identificação da mesma. O facto de se
encontrar colocada numa parede branca, à primeira vista leva a crer que a peça
à qual a legenda corresponde não se encontra exposta (não sendo este o caso).
· Erro (de
vários minutos) em legenda, quanto à duração de um filme apresentado em loop.
Raquel Russo
Exposição permanente
No geral, é interessante e bem estruturada. É tudo menos monótona,
pela diversidade de objectos artísticos e multimédia que possuí.
As salas do Museu são amplas e iluminadas de forma correcta; as
legendas e restantes informações contextuais visíveis e bem explicativas. As
zonas que não são para serem ultrapassadas ou tocadas estão devidamente
assinaladas/vedadas.
Perde, no entanto, pelo facto de a sua suposta organização
cronológica não ser notada, na medida em que não existe um “caminho” delineado
para a exploração do local; como o espaço é muito amplo, ficamos confusos e não
sabemos por onde começar. Claro que num Museu deve haver alguma liberdade para
o espectador se movimentar como quiser, mas há que encontrar um equilíbrio
entre um canal estreito e limitado e uma abertura tão grande que uma pessoa
acaba por se perder nos objectos que a rodeiam. Talvez umas setas colocadas no
chão fossem uma boa opção orientadora, desde que, obviamente, tivessem o
tamanho ideal (médio) e uma cor neutra para que não interferissem no que está
exposto.
“Da solidão do lugar a um horizonte de fugas”
Mais uma vez, no que diz respeito à estrutura geral do Museu, as
salas são amplas e agradáveis; a iluminação está bem – existem focos de luz
suficientes sobre os objectos e suas legendas. Estas, recortadas e coladas
directamente na parede, são um pouco pequenas demais, exigindo uma aproximação
maior de quem as visiona. Nem sempre estão colocadas onde deviam; a maior parte
das vezes não se encontram ao pé dos objectos a que pertencem nem estão
numeradas para serem mais facilmente identificadas, por exemplo. Geram confusão
e, além disso, estão mal traduzidas para o inglês.
A parte multimédia resulta perfeitamente: as salas, escurecidas,
projectam os vídeos na parede como se se tratasse de cinema. Som é perceptível;
não se sobrepõe aos restantes e, portanto, não perturba a passagem de uma sala
para a outra.
No geral, é uma exposição um pouco aborrecida de ver; perdemos
pouco tempo em cada secção pela pobreza dos próprios conteúdos. No fundo, acho
que o tema não é compreendido na sua totalidade e os objetos expostos não são
coerentes entre si.
“Amplitude”
A exposição, debruçada sobre o som, é constituída por objectos de
diversas naturezas e está melhor organizada e estruturada do que a anterior.
Exige algum esforço mental da parte do espectador compreender o tema; a
linguagem tomou conta de tudo e assume diferentes formas, que nos cabe decifrar.
No lugar das comuns legendas na parede, foi projectado e impresso
um dépliant (de formato A3 aberto e A5 fechado) para guiar a exposição. A
informação está orientada na vertical, de modo a ilustrar o percurso das obras
(tanto do princípio para o fim como ao contrário), que estão identificadas pelo
nome e imagem esquemática. Embora seja uma ideia diferente e muito útil, o seu
objectivo não foi cumprido a 100%. A sua leitura não é prática pois não pode
ser feita dobrada. Ao abri-lo, torna-se aborrecido porque é grande demais para
o efeito.
Ana Rita Pereira
Da Solidão do lugar a um horizonte de fugas
No Centro Cultural de Belém para além das salas de exposições do
Museu Berardo, este tem salas de espetáculos, bares e restaurantes. A exposição
tem lugar no 2 piso do CCB, inicia-se com um texto informativo escrito pelo
Diretor Artístico Pedro Lapa.
As legendas das obras estão coladas na parede quase sempre do lado
esquerdo relativamente à obra, tirando algumas exceções como numa sala em que
se encontra exposto uma mesa de madeira e três troncos. Neste caso a legenda
não está visível em relação à obra que descreve.
Numa outra sala, a obra “La Cludad en Llamas, 1994” de Eugenio
Dittborn que é constituída por panos de entretela sintética, um deste
panos que constitui a obra está mal posicionado em relação às outras partes.
Desta mesma divisão é possível ver o vídeo que está a ser apresentando na sala
seguinte, pois este ocupa uma posição diagonal e as suas dimensões são visíveis
a uma distância considerável.
Num pequeno corredor é projetado, numa das paredes, um vídeo e na
parede oposta a esta está um espelho colocado de forma a refletir o que é
projetado na outra. Mas o espaço torna-se pequeno para que o vídeo seja bem
visto pelo observador.
Na sala seguinte, é apresentado um frigorífico que foi apedrejado
e os vídeos que representam esse acontecimento. Estes vídeos estão de frente um
para o outro colocando o visitante a olhar de um lado para o outro, torna-se
uma ação interessante e confuso em simultâneo.
Amplitude
Amplitude de Angela Detanico e Rafael
Lain é uma exposição que se torna de difícil perceção sem o panfleto
informativo. Esta tem duas entradas, sendo que a primeira peça “Mean Sun” onde
figuram três pirâmides que apresentam as sombras do percurso do Sol.
É uma mostra que pretende levar o espectador a pensar e a refletir
pelas obras que se vai deparando, pois estas têm significados ocultos que só
podem ser desvendados pela compreensão das legendas que se encontram no cartaz,
e não nas legendas habitualmente colocadas nas paredes.
As obras representam simbolicamente uma linguagem que necessita de
ser traduzida, são jogos entre a peça e o observador. É sem dúvida uma
exposição interessante e diferente, pois foge aos tradicionais modelos pelo
modo como se apresenta e comunica com as pessoas que a visitam.
No Fly Zone Unlimited Mileage
Uma exposição, no piso 0, que pretende comunicar a partir das suas
obras o sentimento de liberdade e de orgulho do povo.
A experiência artística de Angola depois da guerra e o testemunho das
mudanças são a temática desta mostra.
Na entrada existe uma parede pintada a azul, por trás desta é
possível visionar um vídeo, esta não se encontra bem legendado. Outras peças
são constituídas com recortes de jornais e acontecimentos da época. Estas obras
estão bem conseguidas visualmente, pois as dimensões e os espaços que ocupam chamam
a atenção.
No fundo da sala é projetado um vídeo, “My African Mind” de Nástio
Mosquito que prende observador pela sua realização e som mas neste local
deveria existir bancos para as pessoas poderem visualizar com mais calma e
atenção o vídeo.
No fim do vídeo temos que atravessar as salas já vistas para sair
da exposição, este pode ser um aspeto positivo pois podemos voltar a ver a
exposição tendo em conta o que foi visionado anteriormente.
Exposição Permanente
É apresentada a coleção do museu ente 1960 até aos dias de hoje. A
exposição segue uma ordem cronológica de acordo com os movimentos artísticos
mais significativos. Mas esta ordem é de difícil perceção pois estes períodos
não estão identificados convenientemente.
As salas e as suas obras estão expostas de uma forma confusa e sem
indicações. Algumas obras tinham uma linha preta marcada no chão que pretendia
indicar ao público para não passar dessa linha até à obra mas por vezes eram
complicado pois as legendas das peças estavam colocadas ao lado e eram de
difícil leitura.
Tratando-se esta a exposição mais significativo do museu deveria
estar mais bem identificada e de fácil compreensão para todos.
Eliana Gomes